terça-feira, 22 de novembro de 2011

Menino com má formação dos ossos espera por cirurgia há 8 anos na Serra

Uma criança que tem uma doença conhecida como Talo Congênito espera há mais de oito anos para agendar uma cirurgia pelo SUS. Nathan Vieira Ludolfo, de 11 anos, nasceu prematuro e com problemas na bexiga e nos pés. Como a doença causa má formação dos ossos, o menino enfrenta dificuldade para brincar e se locomover.






Para jogar futebol, Nathan precisa recorrer ao videogame, um dos jogos preferidos dele. Segundo a família, o menino precisa fazer uma cirurgia para corrigir o problema. "Tudo o que podíamos fazer junto aos médicos nós já fizemos. Agora é só a cirurgia. Ficamos sem saber o que fazer", comentou a mãe, Soraya Vieira Ludolfo.



Os pais de Nathan explicaram que, na última consulta, o médico disse que, caso a cirurgia não seja realizada em dois anos, o menino pode perder os movimentos e não conseguir mais andar, necessitando de uma cadeira de rodas. A notícia deixou o menino deprimido. "Ele teve até que começar a tomar remédios para depressão. Eu tentei dizer que ele tinha entendido errado, que não era nada disso, mas ele não é mais bobo e entendeu tudo o que o médico falou", acrescentou a mãe.



Em um hospital particular, a cirurgia custa no mínimo R$ 15 mil. A família vive com R$ 740 por mês e precisa de ajuda de familiares. Só com fraldas descartáveis eles gastam em média R$ 200. "Seria muito complicado se tivéssemos que pagar por essa cirurgia e o médico disse que ele tem o direito de operar pelo Hospital Infantil. O problema é que crianças chegam machucadas e pegam a vez de crianças que precisam de cirurgias eletivas", disse ainda.



Lucas tem sete anos e também torce para que o irmão seja logo operado. "Quero que ele fique bom. Tomara que o pezinho dele conserte".



Segundo o ortopedista que acompanha o caso de Nathan, somente no Hospital Infantil de Vitória existe uma lista com 169 crianças e adolescentes na espera por uma cirurgia ortopédica. A relação mostra que 122 crianças estão na frente do menino. Para o médico, é necessário um Centro de Atendimento Específico para Cirurgias Eletivas, ou seja, agendadas, porque os casos de urgência e emergência acabam sobrecarregando o atendimento.



"Alguns anos atrás, a idade limite era de 12 anos. Hoje a idade é de até 18 anos. Isso aumentou muito a quantidade de pacientes no hospital, principalmente de adolescentes vítimas de acidentes e violência. Isso somado aos traumas de crianças, que acontecem em parques, jogos de futebol... Infelizmente, a prioridade é de quem já está internado com trauma porque existe risco de vida e essas crianças com deformidade congênita acabam ficando para um tempo posterior. Estamos fazendo uma lista para conversar com o Estado, que parece que já viu a necessidade de criar um serviço específico para atender essas crianças", esclareceu o ortopedista Akel Nicolau Júnior.



Enquanto a cirurgia não acontece, o menino sonha com a recuperação. "Quero o meu pezinho no lugar para três coisas: correr, brincar e andar direito".



A Secretaria de Estado da Saúde informou que o paciente será avaliado pelo médico ortopedista no dia 30 deste mês, às 8 horas, no Hospital Estadual Infantil e Maternidade de Vila Velha, onde há o serviço de referência em pé torto congênito.


Fonte: http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2011/11/menino-que-nasceu-com-doenca-que-causa-ma-formacao-dos-ossos-espera-por-cirurgia-ha-8-anos-na-serra.html




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